Futuro da gestão hospitalar está na transparência e no trabalho em equipe, alerta o Dr. Omar Mejía, do InCor

7º AnestEdu, 2017

Interação entre anestesista e cirurgião é fundamental e decisiva antes, durante e após cirurgia, afirma Dr. Omar Mejía

As únicas de forma de otimizar custos são transparência e trabalho em equipe, alerta o Dr. Omar Mejía, diretor associado da Unidade Cirúrgica de Qualidade e Segurança do InCor. Ele será palestrante do 8º AnestEdu – Encontro de Educação Continuada WMC Anestesia, no Simpósio de Inovação de Gestão em Anestesiologia: Soluções para a Segurança do Paciente com Resultados para as Organizações de Saúde, nos dias 11 e 12 de maio.

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Para o Dr. Mejía, é nesse binário – transparência e trabalho em equipe – que o futuro da gestão hospitalar está baseado. Engana-se quem acredita que informação, em um ambiente de gestão hospitalar, deve ser sonegada. O tratamento que se dá à informação é que faz a diferença. Pacientes, cirurgiões, anestesistas, gestores, equipes: quando todos estão corretamente informados, quando uma cultura de transparência está instalada na gestão hospitalar, o trabalho em equipe flui melhor e, com isso, problemas – e custos – são otimizados. Assim se constrói o futuro.

Trabalho em equipe no presente e no futuro da gestão hospitalar

A interação e o trabalho em equipe entre anestesista e cirurgião, afirma o Dr. Omar Mejía, é fundamental e decisiva antes (briefing), durante (checklist cirúrgico) e após a cirurgia (debriefing), pois esses dois médicos são líderes sempre no plano horizontal. “Precisamos avançar nessa interação tão importante e criar estratégias para diminuir riscos e, consequentemente, custos”, diz. Ele explica que a forma atual da Medicina coloca vários especialistas cuidando de um único paciente, portanto, trabalhando em equipe. Esses profissionais precisam se conhecer para poder interagir: “Precisamos discutir dúvidas e desenhar nosso ‘plano de voo’ (processos que acompanham o paciente). É necessário aprender a ter resiliência de equipe para conseguir enxergar as formas de atender melhor o próximo paciente; criar cenários psicologicamente seguros, respeitando protocolos, respeitando todos na equipe e respeitando o centro de toda a nossa atenção: o paciente.”

Governança corporativa na gestão hospitalar

Para o Dr. Mejía, infelizmente, tanto médicos anestesiologistas quanto cirurgiões, em geral, ainda não estão totalmente preparados para governança corporativa em hospitais de médio e grande porte: “Na grande maioria, somos técnicos. É uma grande lacuna, porque é na parte assistencial que nascem propostas para a governança corporativa. Todos precisam trabalhar em um plano horizontal, incluindo os gestores, para que todos aprendamos mais e melhor”.

Ele acredita que a avaliação de desempenho do corpo clínico na acreditação hospitalar seria fundamental, principalmente focando aderência a protocolos, desfechos baseados em valor, treinamento de habilidades não técnicas e, principalmente, certificação.

8º AnestEdu

O Dr. Omar Mejía irá participar do Simpósio de Inovação de Gestão em Anestesiologia: Soluções para a Segurança do Paciente com Resultados para as Organizações de Saúde. Ele terá a fala Segurança do Paciente Cirúrgico no painel O Impacto da Inovação e Gestão em Anestesiologia e na Segurança do Paciente Cirúrgico e nos Resultados das Organizações de Saúde no dia 11 de maio, sexta-feira, às 19h, e, no dia 12, fará ainda, às 10h30, a palestra Planejamento Estratégico entre Gestores Hospitalares, Empresas de Anestesiologia e Cirurgiões – Atingindo Excelência na Qualidade e Segurança do Paciente Cirúrgico.

O Dr. Mejía trará insights sobre a importância da inovação e da gestão para concretizar a segurança do paciente cirúrgico, com exemplos de como a inovação melhorou a segurança e os processos como um todo no InCor, diminuindo e mitigando riscos. Exemplos como os que tiveram impacto no grupo Repliccar (REgistro PauLIsta de Cirurgia CARdiovascular), em que estão sendo desenvolvidas estratégias, em grande escala, por meio de bancos de dados para alcançar os objetivos citados, trabalhando em equipe e otimizando metas. “Uma das coisas que sempre defendemos é que devemos crescer sempre acima dos nossos próprios resultados, portanto, benchmarking externos são acompanhados de forma secundária”, afirma.

Na palestra, ele irá contar como e porque foi criada a Unidade Cirúrgica de Qualidade e Segurança do Paciente Cirúrgico no InCor, quais foram as metas estabelecidas e quais as alcançadas em dois anos, bem como as dificuldades e a disseminação da cultura de segurança como base fundamental e por meio de uma cultura organizacional. Irá falar também sobre como, atualmente, o foco é o fator humano para o treinamento de habilidades não técnicas (comunicação, resiliência, trabalho em equipe, liderança, etc.): “Mostraremos os resultados, todo o processo para alcançá-los e nossas metas para os próximos três e cinco anos”.